O primeiro ano do curso de Arquitectura da EPF, Lausanne, Suiça, tem um exercício interessantíssimo, e apetece-me quase dizer "fantástico".
Os alunos, sob a orquestração de Vicent Mangeat (tutor da disciplina de projecto), devem projectar um habit (roupa, vestido, farda); o objectivo do execício resulta numa maquete 1:1 de uma construção à escala do corpo do aluno que ele próprio deve, não vestir, mas habitar. A expressão parece estranha mas não encontro uma melhor descrição, e as imagens transmitem melhor a ideia.
O verdadeiro potencial do exercício encontra-se numa dimensão oculta, isto é, para um aluno de primeiro ano não passará de um exercício "divertido" visto que no final do exercício realizam um desfile de maquetes, em que atravessam o passerele ao som de uma banda sonora por eles escolhida, e com respectivo exercício coreografico.
Esta thin red line entre conceitos como habitar, abrigo, corpo materializa-se num objecto de caracter arquitectónico, escultural. O curso é de arquitectura e não de design de moda, e daí a leitura é obrigatóriamente diferente.
Desta descoberta salto para uma conclusão: o plano de exercícios, ao nível do primeiro ano, de uma escola de arquitectura, transmite muito as suas ambições e os seus horizontes.
Algumas imagens de um desfile passado, na próxima semana a EPFL acolhe mais um desfile de arquitectura...
1 comentário:
"arquitectura prótese do corpo"
O desfile 2006 foi muito bom, fico a espera das fotos que não pude tirar.
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