o desconexo

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14.5.05

2.16
RETROMANIFESTO EM JEITO DE ADVERTÊNCIA E TUDO ISTO EM 5 PONTOS PARA UMA NOVA ESCOLA DE ARQUITECTURA

“Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva. (…) a guerra é a grande experiência.” 1

Ponto 1. “Penetrar nos recantos do processo da aprendizagem não é um processo de sucessiva e obsessiva limitação de âmbitos e objectivos, mas antes, um processo de progressivo alargamento e aprofundamento de uma ideia (ou de várias ideias). É condição essencial para o avanço da ideia (e da sua materialização) a confrontação, sem rodeios, entre (essa) ideia e a verificação que a perspectiva da sua materialização torna imprescindível; tão essencial como a integração, nesse processo, de visões muito diferenciadas.” 2

Ponto 2. Form follows action 3. Se não se produz acção, não se forma e não se dá forma a uma Escola. Para produzir acção precisamos de mecanismos, e precisamos de dispositivos. O 2.16 foi o trigger, o dispositivo. E “se não reflectirmos sobre o que muda e sobre os desafios que essas mudanças colocam, arriscamo-nos um dia a reunirmo-nos para celebrar o que não está lá – e termos então passado da festa revitalizadora para o culto das relíquias”4. É preciso fazer acontecer.

Ponto 3. É urgente criar referências comuns mobilizadoras no espaço-Escola, digo, no espaço-dARQ. É preciso estabelecer um Projecto sem condicionalismos, sem poderes de apropriação dogmáticos. E a essência desse Projecto, o conceito base, reside no dARQ como pólo de crítica, chamando a si o absoluto direito de produção crítica sistemática e global da Escola, do ensino, do sistema, da sociedade… Criando uma formação autónoma, de postura resistente a pressões conjecturais, de razão crítica.

Ponto 4. Sobre a ruína de bloqueamentos e desmotivações, construir o diálogo entre o edificado saber histórico e as flutuantes exigências da globalizante “lógica” de “mercado”. Ou seja, por em funcionamento a operatividade da história concretizando as três acções de projecto: assimilar, acomodar e transformar. O dARQ como núcleo gerador de produtos, na construção e especulação de saber técnico e científico, avesso ao clima de relativismo. O dARQ, (e os seus mecanismos), sempre presente e crítico nas diversas esferas da sua envolvente, concretizo, cidade, país, mundo. Adoptando uma ideia de Umberto Eco: é necessário desenvolver uma estratégia mediática, com sentido de eficácia, que nos permita intervir nas dinâmicas públicas urbanas.

Ponto 5. “Viva isto, seja lá o que for!”5


1. J.Almada Negreiros in Ultimatum futurista ás gerações do século XX 2.M.Correia Fernandes in ESBAP, Arquitectura Anos 60 e 70 3.mvrdv 4.E.Prado Coelho in O Fio da Modernidade 5.frase de um popular quando viu passar Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974

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