Pois é... pois é... «O Arquitecto» segundo Rui Tavares.
Uma das duas imagens do post anterior é reconhecida instantaneamente... WTC em queda, 11Set.
A outra é a demolição do complexo de Pruitt-Igoe em Sant Louis... A foto foi tirada no dia 15 de Julho de 1972, "at 3.32 p.m. (or thereabouts)", segundo a precisão de Charles Jencks, que baptizou esse instante como fim do Movimento Moderno e acrescentou "Boom, boom, boom", no seu The Language of Post-Modern Architecture.
O livro «O Arquitecto», de Rui Tavares, é uma peça em 2 actos. Dois momentos da vida de um arquitecto.
O arquitecto é Minoru Yamasaki, autor do complexo de Pruitt-Igoe, um falhanço das premissas do Movimento Moderno, e autor das torres gémeas do WTC que foram aniquiladas por dois aviões.
Yamasaki foi - escreve Rui Tavares - "um artista amaldiçoado pela história, mais célebre pelas obras que lhe destruíram do que pelas que construiu", ironia que o livro explora sem nunca abordar directamente. Somos nós que construímos esta amarga ironia, ao virar de cada página, através das falas de Yamasaki e o atentado das duas torres que ele, certamente, nunca imaginou.
Os dois actos passam-se, respectivamente, em 1972 e 73. Yamasaki é um arquitecto "entalado" entre a demolição de uma das suas obras mais polémicas e a inauguração de um ícone; a gerir a crítica de um fracasso e a vitória do WTC.
No final do livro dei por mim a encenar um terceiro acto.
-Ja viste a implosão de um edifício, Moreland? [...]
É uma coisa bela. Daquelas coisas belas e assustadoras.
O Arquitecto, de Rui Tavares
Ediçoes Tinta da China, 2007
o desconexo
28.6.07
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