o desconexo

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18.10.08

Cosmodrome - Dominique Gonzalez-Foerster


Foi em 2007 que descobri o trabalho de Dominique Gonzalez-Foerster (DGF) no Palais de Chaillot, onde se expunha Expodrome, a primeira grande reunião de obras da artista francesa.
Uma das "obras" mais interessantes e estimulantes de DGF chama-se Cosmodrome (2001).
O Cosmodrome, produzido em colaboração com Jay-Jay Jonhson, é um espaço pensado no espaço. Passo a explicar. O Cosmodrome é uma sala escura mas podia não ser, o Cosmodrome é um ambiente sem luz, onde entramos caminhando sobre areia. Cada passo é inseguro e incerto. A experiência é a do vazio. Não há nenhuma referência visual, não vemos o que nos envolve, não sabemos onde estamos e não sabemos onde estão os que entraram connosco. A partir deste momento somos bombardeados por sequências de luz, por sequências de som. Pelo meio ouvimos uma voz-off que nos sossega: "don´t be afraid".
Em Cosmodrome, DGF recupera a science fiction dos anos 90 e de Kubrick. DGF trabalha a narrativa de uma viagem intergalática onde a nossa velocidade de percepção fica aquém da velocidade da própria viagem. No final apetece repetir.

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A última obra de DGF é "TH.2058" em exposição desde 13 de outubro no Turbine Hall da TATE. Já li alguns feedbacks e parece que o entendimento do trabalho divide a crítica. Em TH.2058, DGF faz depender o entendimento da obra de uma narrativa que nos apresenta um Turbine Hall transformado em abrigo para as vítimas de uma Londres afectada por um dilúvio no futuro ano de 2058.

Para saber mais:
link. TATE Unilever series
link. narrativa para TH.2058 , DGF
link. times online

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