o desconexo

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14.1.12

barbie


É verdade que se tratava de uma ausência lamentável, um esquecimento que parece agora vir tarde demais. Num momento em que no palco dos dramas todos se queixam, e a profissão tende para o seu declínio (eu prefiro falar de re-ajustamento), a Mattel lançou o que devia ter lançado há 10 anos atrás, quando se dizia que ser arquitecto estava na moda, e o sol mediático fazia cintilar meia dúzia de exemplos.
Em todo o seu inesgotável esplendor, a versão do século XX da Vénus de Willendorf, que marcou e marca gerações de meninas e meninos, é arquitecta.
Esqueçam a escolha infeliz do vestido de cor azul em 'dégradé' rematado a rosa forte e o estranho blazer inspirado nas 'clean lines of the citiy skyline'. Nesta série 'I can be', a Barbie traz com ela um par de óculos revivalistas em massa preta, uma série de desenhos perfeitamente enrolados, a indispensável maquete 1:20 da sua 'Dream House' e o capacete de segurança para as recorrentes visitas de obra.
A Mattel entra em 2012 com um produto 'role model or ridiculous' que vai explorar novos segmentos de mercado (aliás uma estratégia inaugurada pela Lego com a 'série arquitectura'), e ainda por cima em plena sintonia com algumas recentes publicações que fazem um importante levantamento da presença feminina: a 'Joelho #1 Mulheres em arquitectura", a  JA 242 Ser Mulher, e, por exemplo no recente inquérito-campanha do londrino The Architects Journal que lhe deu honras de capa com Women in practice).
A icónica Barbie ataca o mercado de trabalho e lança-se numa 'fabulous career, capturing the spirit and style of young architectes' numa loja de brinquedos perto de si e nos mais ousados museus de arquitectura do mundo inteiro.




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