o desconexo

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12.12.09

bien placé. mieux trouvé


Desde que o Jencks escreveu o (mau) Iconic Building e desde que os suiços deram o 'sim' à iniciativa da UDC contra a construção de novos minaretes no país, esta foi, sem sobra de dúvida, a manobra publicitária mais inteligente que apareceu nos jornais.
(Nos bastidores, já há várias correntes de esquerda que tentam lançar outras iniciativas para se sobrepor à futura lei anti-minaretes... a democracia directa não tem limites...)

4.12.08

democracia participativa


30 de novembro foi dia de referendos.
Os suiços lá foram às urnas meter as suas cruzinhas sobre numerosos assuntos de entre os quais estava a pergunta sobre o novo museu cantonal de belas artes de Lausanne, que os visitantes mais assíduos desta janela leram aqui.

A questão para os suiços do cantão de Vaud era clara e simples:
Acceptez-vous le décret du 20 mai 2008 accordant un crédit d'investissement de CHF 390'000 dans le cadre de la construction du nouveau Musée cantonal des Beaux-Arts (MCBA) pour les études et la mise au point du projet Ying-Yang en vue de sa mise à l'enquête sur le site de Bellerive, la détermination du montant de son investissement et la détermination de ses coûts d'exploitation ?

100 722 nãos ganharam aos 91 349 sims com uma taxa de participação que chegou aos 51%, resultado que afundou o projecto do novo museu à beira do lago e remeteu todo o processo a um quase-ponto-de-partida. Os opositores ganharam a principal batalha que não era contra a ideia e a necessidade de um novo museu mais contra a sua implantação à beira do lago por príncipios de salvaguarda da paisagem e do património natural.
Não negligencio o impacto que este rochedo sem janelas à moda de museu contemporâneo teria nas margens do lago, mas o contra-senso é que o lugar previsto não é mais do que um terreno "baldio" ao lado de um tapete de alfalto que serve de parque de estacionamento onde anualmente montam as barraquinhas da feira popular.
Findo o referendo o brainstorming sobre o novo museu anima agora os círculos culturais e políticos da cidade.

vverissimo/24h
Lausanne precisa de um novo museu basicamente por duas razões.
Primeiro: porque o Palais de Rumine no estado em que está programado não tem disponibilidade mural para expor a totalidade do acervo que tem enterrado na cave
Segundo: porque a adormecida Lausanne precisa de acção. Digo acção, digo uma arquitectura que sirva os ideais das altas instâncias d'um ícone-à-maneira com um programa que sirva o dito, digo mini-efeito bilbao. (A localização proposta, à beira do lago, deslocada dos principais eixos de movimentos urbanos e longe do centro, aspirava isso mesmo.)

Para já a maioria dos Lausanoises não percebeu isso, e os que perceberam não quiseram o museu à beira do lago e por isso votaram não. É o poder da democracia participativa.